Moisés Ribeiro – militante e poeta marginal.
Hoje, 22 de setembro, foi o
dia nacional de paralisação contra o governo golpista de Michel Temer e em
defesa dos direitos da classe trabalhadora, um ensaio da Greve Geral. Nas
capitais e nas grandes cidades brasileiras a classe trabalhadora, organizada
nos movimentos sociais, sindicais e de juventude, ao mesmo tempo em que
paralisou suas atividades de trabalho ocupou as ruas para gritar contra os ataques
golpistas que todos os dias têm sido lançados contra os direitos dos
trabalhadores. Aqui em Altamira o Levante Popular da Juventude, a Consulta
Popular, a Casa de Educação Popular e o Mab fizeram um ato em frente a UFPA e
em frente a Escola Estadual de Ensino Médio Polivalente para chamar a atenção
tanto dos trabalhadores da educação quanto dos estudantes para o grande risco
que estamos correndo com o avanço das pautas golpistas do governo usurpador de
Michel Temer.
No entanto e apesar da
importância dessa luta não tivemos a participação dos trabalhadores e dos
candidatos dos partidos políticos do campo popular. Fico me perguntando o que
anda acontecendo em Altamira para não conseguirmos mobilizar minimamente as
nossas bases sociais e sindicais. Os nossos candidatos e suas assessorias do
campo popular será que não percebem a importância das lutas sociais ou estão
convencidos de que a única forma de fazer luta nesse momento é através da
campanha eleitoral? Estão convencidos que um mandato resolve as questões
centrais de nossas pautas ou ainda não compreenderam que é nas ruas, com o povo
organizado que vamos barrar o golpe em curso e garantir que as conquistas dos
últimos 13 não escorram pelo ralo golpista desse governo ilegítimo?
Espero, sinceramente, que
isso tenha sido apenas um lapso na correria do processo eleitoral e que
possamos o mais breve possível nos rearticularmos para fazer os enfrentamentos
necessários contra os inimigos da classe trabalhadora a partir de nossas pautas
locais.
Altamira vive um momento
extremamente conturbado com a ressaca de Belo Monte. Ao mesmo tempo em que a
maioria das famílias saiu das áreas alagadas para os reassentamentos, ganhando
casas de melhor qualidade, ganhou também novos problemas, além de levar consigo
as velhas mazelas desse modelo capitalista - violência, falta de saneamento
básico, principalmente água, escolas longe dos novos bairros, um transito
caótico e extremamente violento, desemprego etc. Para além disso é necessário
compreender que somente uma grande mobilização da classe trabalhadora fará
frente a todas as mazelas geradas pela Norte Energia e pela administração
municipal que não tem poupado os trabalhadores e trabalhadoras deste município.
Que os nossos candidatos
possam assumir uma postura para além do processo eleitoral e ajudar a construir
uma grande articulação envolvendo todas as organizações sociais e sindicais;
articulação essa que é inadiável e urgente. Toda a nossa militância também é
chamada a assumir essa tarefa.
Altamira, 22 de setembro de
2016