De Juscelino Kucinsky
Já faz algum tempo que a população de Altamira convive com um transito caótico e certa quantidade de agentes que a gente ainda não entendeu pra que servem. Desde o advento da Barragem de Belo Monte a cidade passou por varias transformações e uma das piores foi o transito que se tornou caótico, perigoso e assassino. Não há dias em que não haja acidentes, quase sempre com vítimas fatais, e nada foi feito até agora para que isso mude. Mas ha agentes, ou guardas de transito espalhados pela cidade, em várias esquinas, ou pelo menos onde tem um semáforo que nem sempre funciona.
Pergunto-me qual a função desses agentes que “normalmente” estão aglomerados e quase sempre em baixo de uma sombra, já que aqui o calor é infernal, assim como o transito. Raríssimas vezes a gente ver esses agentes organizando o transito, mão, contramão, estacionamento, fluxo e outras questões inerentes a este assunto. Já presenciei por diversas vezes o bate-papo desses agentes nas esquinas, nas sombras, tomando sorvete enquanto o transito corre desorganizado, confuso e assassino. Enquanto os agentes se refrescam, motociclistas, pedestres, pessoas de bicicletas e motoristas de carros se debatem num salve-se quem puder nas ruas da cidade que “mais cresce no país”. Também já percebi varias vezes os agentes gesticulares e apitarem para motoristas infratores que não têm o menor respeito por sua “autoridade”, mas nunca vi e nem ouvi dizer que os agentes tenham multado alguém. E se não é para, minimamente, organizar um dos piores trânsitos do Estado do Pará e quiçá do País e também multar, pois é isso que diz a lei, pra que servem os vários agentes pagos com o dinheiro do contribuinte municipal?
Evidentemente que a culpa dessa situação não recai exclusivamente sobre eles, pois há um departamento municipal de transito que tem a responsabilidade primeira de gestar uma política pra esse setor. Mas não há, absolutamente, não há nada que se pareça com uma política municipal de transito. Pouquíssimas ruas foram sinalizadas ou organizadas no sentido de, minimamente, se da uma aparência de coerência nisso. É verdade que apareceram placas em algumas ruas da cidade, mas que na pratica não resolvem muito. Há uma importante avenida (João Coelho) localizada no bairro da Brasília em que transitar por ela, principalmente na hora do almoço e no final da tarde, é um verdadeiro desafio; essa avenida seja talvez, o melhor retrato do caos que é o transito em Altamira.
Mas se não há política municipal de transito, qual o sentido dos agentes estarem nas ruas? Eles se fazem presente nos locais onde acontecem os muitos acidentes, isso a gente ver sempre, tanto na TV como nos próprios locais, mas sempre chegam depois evidentemente. Se não há funcionalidade no trabalho desses muitos agentes, porque que esse governo, que hora finda seu lastimável período de administração, manteve esses trabalhadores sendo pagos com o dinheiro do contribuinte? Se não era e se não é pra organizar, disciplinar e evitar as muitas mortes desse caótico transito de Altamira, através de políticas adequadas, de ruas sinalizadas e organizadas, inclusive através de multas, pois a única coisa que minimamente educa os nosso condutores são as multas, qual o sentido de se manter esses trabalhadores nas ruas?
Pra não dizer que estou, pura e simplesmente, falando mal desses trabalhadores, pois de fato não estou, é preciso dizer que eles minimamente têm contribuído no recolhimento dos carros, que muitos motoristas mal-educados, teimam em estacionar em locais proibidos, nas poucas ruas do centro onde o proibido estacionar foi instituído.
Se a gente for fazer uma boa avaliação desse (des) governo do PSDB em nossa cidade, que de fato “não cuidou em nada de nossa gente”, a gente percebe que os agentes servem muito mais pra enfeitar, como bonecos, a paisagem urbana do que pra qualquer outra coisa. Além do mais esse (des) governo colocou esses trabalhadores nas ruas sem nenhum preparo no que diz respeito às leis de transito vigente nesse país. Alem do despreparo a gente ainda convive com uma seletividade instituída pelos próprios agentes de transito quando é preciso “fiscalizar” os motoristas infratores. Eu mesmo já presenciei a cena onde uma moto simples, “de pobre” foi parada por eles por estar na contramão, mas um “carrão” de luxo não, apesar de estar cometendo a mesma infração, na mesma rua. Talvez pra justificar o injustificável já que nada mudou nesse caótico transito, pelo contrario piorou e piora a cada dia.
Mas como esse (des) governo esta acabando, fica a expectativa de que a partir do novo ano e do “novo governo” isso mude de alguma forma para que não sejamos obrigados a continuar convivendo com tanta violência que provoca quase que diariamente a morte e a dor em tantas famílias.