Por Juscelino Kucinski
Iniciamos
o ano sob as áureas de um novo governo municipal que se intitula, desde a
campanha eleitoral, como sendo o “governo do trabalho”. De inicio, como parece
ser praxe em todas as novas administrações, faz-se uma limpeza geral na cidade,
ou pelo menos nas áreas mais centrais, para da uma nova cara à cidade, tão
castigada e descuidada pela administração anterior. Nisso concordamos
plenamente com essa administração, mas as concordâncias param por ai. Daí pra
frente o que se vê é a velha postura ditatorial de Domingos Juvenil e sua turma
e olha que estamos só iniciando o ano.
Pois bem, como falar e fazer propaganda de
trabalho e desenvolvimento social, se a primeira coisa que esse governo faz é
retirar direitos dos/as trabalhadores/as? Sob a alegação de que as
gratificações não têm amparo legal o governo municipal ataca a educação e
outras áreas da administração publica. O agora secretario de administração Fabiano Bernardo - que outrora travou briga com a prefeita Odileida Sampaio em
defesa dos/as guardas municipais - agora ancorado no “direito legal”, rasga sob
o mando de Juvenil, as conquistas dos/as trabalhadores/as. O discurso e a
postura desse governo é de que tudo que não tiver “amparo legal” deve ser
retirado, independente das consequências que isso tenha na vida e nas famílias
desses/as trabalhadores/as. O governo esquece que ao retirar direitos ou
diminuí-los (gratificações, hora extra, adicional noturno ou qualquer outro)
enfraquece toda a estrutura do funcionalismo publico, além de prejudicar
diretamente a população de Altamira; mas parece que neste caso esse é o alvo
central desse governo.
O governo de Domingos Juvenil está
penalizando a principal base de desenvolvimento de uma sociedade que é a
educação, sem querer aqui desvalorizar nenhuma categoria de trabalhadores. Penaliza
e marginaliza nossas crianças, nossos adolescentes e jovens sem se atentar para
o tamanho do prejuízo que isso causa tanto ao presente quanto ao futuro dessa
população. Mais não me consta que nenhum governo do PMDB tenha, de fato, se
preocupado com o verdadeiro desenvolvimento das populações onde governam. Pelo
contrário, suas administrações são sempre marcadas pelo jogo de interesses que
permeia a administração publica na busca da satisfação pessoal e dos grupos que
com eles governam, tanto no campo político como no econômico. Também retirou a
gratificação dos conselheiros tutelares que ganham muito mal para exercer um
trabalho de enorme relevância, que é cuidar dos direitos de nossas crianças e
adolescentes.
Esse governo desenvolve, desde o inicio, uma
ofensiva brutal contra a classe trabalhadora deste município. Os/as
trabalhadores/as concursados ou contratados já sentem, de novo, o que significa
ter um governo do PMDB em Altamira. O ataque começou retirando gratificações,
reduzindo horas extras, adicional noturno e outras conquistas, passando agora
pelo atraso de salário de varias categorias, principalmente dos trabalhadores
contratados.
As nossas crianças da educação infantil, que
já deveriam estar estudando desde o dia 18 de fevereiro, ainda não podem ir pra
escola porque, segundo algumas funcionárias da escola onde minha filha estuda,
não têm alimentos/merenda e nem gás nas escolas. Os defensores desse governo ou
algum representante oficial podem dizer que isso é reflexo da administração
anterior e tal, mas nada justifica que nossas crianças sejam penalizadas com
esse atraso.
Como todos sabem o governo do PMDB deu um
show no carnaval desse ano com uma estrutura antes nunca vista, seja na questão
da segurança com câmeras que giram 380 graus, seja na questão do apoio/repasse
de recurso publico para os diversos blocos que existem na cidade. Esses blocos se aproveitam desses recursos
para aumentar a conta bancaria dos seus proprietários vendendo um simples abada
– não consigo ver nada que justifique o preço que eles cobram por essa camiseta
– por um preço absurdo. Utilizam esses recursos para trazer atores globais
e outros artistas que em nada contribuem para a cultura do nosso povo. Não sou
contra o carnaval como forma de cultura e diversão, até vou a avenida, e
defendo que o mesmo seja realizado de forma segura e organizado – essa é uma
festa que faz parte da cultura do povo brasileiro – mas sou radicalmente contra
o uso que os governos fazem dele como política de pão e circo. E foi exatamente
o que fez Domingos Juvenil e sua trupe neste ano.
Enquanto anima o povo na avenida, no seu
gabinete exerce a tirania peculiar aos ditadores de plantão dessa, apesar de
jovem, tão desgastada democracia. Esse é “o trabalho e o desenvolvimento social”
que o PMDB de Domingos Juvenil, Jáder Barbalho e toda sua turma de mau-feitores
tem reservado para Altamira e sua população.