Por Vitoriano Bill
Não
é de meu feitio assistir o jornal no horário do almoço, apenas deixo a
televisão ligada e fico escutando e o que me chama atenção vou assistir.
Hoje
três notícias me chamaram a atenção, destaco aqui, duas que de uma certa forma
se relacionam. A primeira sobre Anapú, a segunda sobre o domador de cavalos que
foi espancado à mando de um fazendeiro.
A notícia
de Anapú tem um aspecto curioso, pois os fazendeiros vão até à mídia pra
denunciar as ameaças de ocupação de suas terras. O homem que foi entrevistado
nem mostrou o rosto, pra dá o tom de que é vítima.
Mostrava
também o Padre de Anapú como a pessoa que incita as ocupações. O jornal mostrou
gravações telefônicas de Pe. Amaro falando com alguém sobre as ocupações.
Gravações estas que não entendi se teve ordem judicial pra ter sido feita.
A
questão é que os latifundiários pareciam vítimas, acuados, encolhidos. Uma bela
encenação. Totalmente contrária do que vimos na Câmara Municipal de Altamira,
quando dois latifundiários, um de Anapú, tomaram a fala na Tribuna Popular e
ameaçaram quem fizesse novas ocupações na região.
O
segundo fato é síntese de como esses latifundiários se comportam, como se ainda
tivessem no Coronelismo, com algumas diferenças é claro. Mandaram espancar um
amansador de cavalos porque um animal morreu sob seu domínio.
Quem
cumpriu a tarefa de bater no trabalhador? A POLÍCIA! Se antes pagavam capangas,
hoje pagam pra polícia fazer o trabalho de espancar e matar.
O
trabalhador está ameaçado de morte. Precisa arranjar o dinheiro pra pagar pelo
animal que morreu, ou pagará com a vida.
Vai
denunciar isso pra quem? Pra polícia?
Esses
dois acontecimentos mostram as diversas faces de uma burguesia violenta. Os de Anapú
primeiro criminalizam os trabalhadores e suas lideranças. Caso as ocupações
continuem a acontecer já sabemos como será resolvido ne?! Mas o trabalho de
construir a ideia de que os ocupantes eram bandidos, organização criminosa já
foi muito bem feito, tudo justificado. Pelas bandas de Brasil Novo, já vai com
a força bruta. Mas usa a PM, caso encerrado.