Por Vitoriano Bill
A Presidenta Dilma esteve em Altamira
no dia de hoje (05/08). A vinda dela aqui me fez buscar na memória as vezes que
um presidente esteve em nossa cidade.
Me veio à cabeça o General Garrastazu
Médice na década de 70, na abertura da Transamazônica. Seu grande feito, a
contemplação da derrubada de uma imponente castanheira, como símbolo da chegada
do progresso na selva amazônica. Resultado? Anos e anos de abandono, o Estado
negando a existência de milhares de trabalhadores que fizeram dessa região o
que é hoje.
Em 1998, veio FHC, na festa de
inauguração do “Linhão de Tucuruí”. A tão sonhada energia chegava a Altamira,
mas a contradição também. Enquanto a cidade ficava iluminada, os colonos que
tinham torres de transmissão em suas terras ainda viviam sob a luz de
lamparinas. E ainda hoje, os colonos lutam pela tão sonhada energia no campo.
Lula, passou por aqui em 2010, quando
Belo Monte ainda só existia na nossa cabeça. O Estádio lotou de admiradores e
de manifestantes contrários à barragem. Luiz Inácio afirmou com toda veemência do
mundo que não precisávamos nos preocupar, porque Belo Monte seria diferente de
todas as barragens no tratamento dos atingidos.
Daí em diante é memória bem recente
pra todos aqui. Belo Monte é símbolo de violação de direitos humanos.
Agora Dilma Roussef veio à nossa
cidade. Na verdade, na verdade passou por nossa cidade, pra chegar até o
canteiro de obras da barragem. O povo não foi convidado à recepciona-la, porque
será? Numa agenda que me parece ter sido estritamente de campanha, ela não
planejou o contato com a população impactada pelo desenvolvimentismo desses 12
anos de governo PT.
Médici, FHC e Lula tiveram aqui sob
muita festança e badalação ou de uma inauguração ou com a promessa de um lindo
futuro. Porém, logo após darem as costas o abandono e caos foi o que tomaram de
conta da região.
Estou torcendo pra que essa entrada à
francesa e saída pela tangente de Dilma, seja sinal de coisas boas pra nós. Se bem que essa tarde dela em Altamira, trouxe
um temporal que destruiu muita coisa! Já não é bom sinal (risos).