Por Vitoriano Bill
Com
o pé no acelerador das obras de Belo Monte, a Norte Energia, consórcio dono da
Barragem, já inicia o processo de expulsão das famílias da área urbana de
Altamira.
A
primeira, é a família de Seu Eliel Xavier, que mora nas proximidades da Orla do
Cais, na rua Pedro Lemos, Bairro Catedral, há quase 25 anos. O homem de 48
anos, é um trabalhador ambulante que ganha a vida vendendo bebidas nas proximidades
de casas de festa nas noites da cidade.
Seu
Eliel, é um dois oito filhos de dona Edith Xavier, a proprietária do imóvel.
Ele mora numa das casas do terreno com sua esposa e filha, que será
desapropriado para a construção de uma estação elevatória que servirá de apoio
a uma Estação de Tratamento de Esgoto.
O
terreno tem uma área de 356,48 m2, onde na parte da frente tem uma
vila residencial, que é a fonte financeira de dona Edith. No fim do lote, a família
de Seu Eliel.
A
Norte Energia entrou na justiça com o pedido de tornar o terreno área de
interesse público, ação que foi acatada pelo Juiz Sergio
Wolney de Oliveira Batista Guedes.
E apresentou à família uma indenização que mais parece uma
ofensa, levando em conta o tamanho do terreno, que ali é fonte financeira da família,
é moradia, e o valor dos imóveis na cidade foram inflacionados devido a chegada
da própria Norte Energia.
Só pra se ter uma ideia, um lote bem afastado do centro da
cidade medindo 200m2 custa R$ 20 mil reais. E a Norte Energia
avaliou o terreno em questão por quase RS 21 mil. Lembrando que a localização
do terreno é no centro da cidade, nas proximidades de um cartão postal de
Altamira, a Orla do Cais.
Como agora o imóvel é de interesse público, a família está sedo
EXPULSA do local onde sempre viveram e são felizes.
É a primeira na cidade. É um ensaio pra expulsão coletiva de
todas as outras famílias atingidas pelo lago da barragem. Belo Monte está
findando com o mínimo de paz e estrutura que as famílias construíram a custo de
muita luta.
Nesse momento histórico, sejamos todos Família Xavier! Não
podemos consentir que esse fato fique isolado, precisamos dá notoriedade ao
caso. Exigir da justiça um posicionado favorável aos atingidos, não
simplesmente atender aos interesses da Norte Energia.