Por Vitoriano Bill
O cinegrafista Santiago Andrade, que
morreu por consequência de ter sido alvejado por um rojão numa manifestação no
Rio de Janeiro, era acima de tudo um trabalhador no exercício da função.
Os meios de comunicação não cansa de
transmitir reportagens repletas de sentimentos de consternação pelo acontecido.
Aproveita o ensejo pra vender as manifestações populares como algo criminoso. A Rede Globo principalmente!
Mas nenhuma das emissoras colocaram
em pauta a questão da segurança de seus profissionais.
Não é a primeira vez que um
cinegrafista ou um repórter é morto em trabalho. E nas outras vezes não deram
tanta atenção ao fato. Por que assim como agora na morte de Santiago, os outros
trabalhadores também não estavam com sua integridade assegurada, o mais
importante era pegar a melhor imagem, mesmo custando a vida.
Em Junho de 2011, outro cinegrafista
da Band também morreu em serviço, após ser baleado em operação policial no Rio
de Janeiro. Por algum motivo não houve essa mesma repercussão de agora.
Outro caso bem mais famoso foi o do
jornalista Tim Lopes, que foi assassinado quando trabalhava numa matéria
investigativa sobre o tráfico no Complexo do Alemão, também no Rio de Janeiro.
Mas a mídia não dá vazão a esse
debate, porque aí cai sobre os donos dos meios de comunicação, escancarando às
condições trabalhistas a que os profissionais da comunicação são submetidos.
E nesse momento, o Senado, reaça ao
extremo aproveita pra acelerar a aprovação da PL 499, que transforma as
manifestações em ação terrorista.