De Vitoriano Bill
Moro num loteamento popularmente
conhecido como Bacana. Área anteriormente de mata conservada, mas que numa
ideia de expansão da cidade, um homem de negócios conhecido por Bacana, comprou
o lote e dividiu em terrenos de 10 metros de largura por 20 de comprimento.
Lembro-me da época na qual a mata foi
desbravada e saiu a noticia da venda desses lotes. Olhando de hoje, do ponto aonde
Altamira chegou, preços baixíssimos. Mas na época nem todos poderiam comprar um
terreno aqui no Loteamento Campos Cordeiro – é esse o verdadeiro nome do
Loteamento- e parte dos que tinham condições de comprar diziam não comprar um
terreno aqui devido a distancia do centro da cidade.
Eu mesmo na época nem me aluí em
sequer ver os terrenos, só passava em frente o loteamento, mas não me passava
na cabeça de morar aqui, era longe do centro da cidade.
Meu irmão por influencia de uma
amiga, veio e comprou o terreno no tão famoso Bacana. Hoje ele pagou a última
parcela, de um total de 36.
Há quase dois anos, nós resolvemos
construir a casa de nossa mãe nesse terreno, visto que o terreno que nós
morávamos antes- perto do centro da cidade- situava-se na transamazônica, onde
hoje o povo sofre com uma interminável poeira ou numa lama sem fim.
Quando nos mudamos para o loteamento,
nós éramos os últimos, únicos da nossa rua. Era um juquira só. A limpeza do
terreno foi à foice!
À muito custo construímos nossa casa.
Depois de pronta precisava de energia. Fomos conversar com o loteador sobre a
questão da energia, pois pra gente é muito longe dos postes que fica no bairro
Santa Ana- aproximadamente 500 m- mas a resposta foi “não temos
responsabilidades sobre isso”.
Com o processo de crescimento
acelerado de Altamira, hoje o loteamento do Bacana, já tem bastante moradores,
que ainda acham que aqui é longe do centro da cidade, mas que não tiveram
alternativa senão morar aqui, pois tinham que fugir dos aluguéis.
Quem vem ao nosso loteamento, percebe
na entrada a qualidade da nossa energia elétrica. São os famosos ‘gatos’. Energia
de péssima qualidade, oscila a todo instante, queima os aparelhos elétricos. Na
minha casa mesmo já tivemos uma TV queimada. A bomba de água, àquelas submersas
já queimou incontáveis vezes.
Isso gerou uma inquietação geral nos
moradores, e como deve ser o responsável pelo loteamento, Bacana, foi
procurado. A solução para o problema foi imediata: ele mandou fazer o projeto
de eletrificação, depois com o valor de tudo em mãos convidou os moradores para
uma reunião em plena véspera de Natal, pra dizer que o valor da eletrificação
do loteamento é de RS 300.000,00 e são os moradores quem deve pagar.
Durante a reunião questionei a
imposição maquiada de proposta, mas o Sr. Bacana disse que os trenos foram vendidos
muito barato, por isso é nós quem tem de arcar com os custos. Novamente numa
intervenção, falei da lei nacional que versa sobre o parcelamento do solo
urbano, ai ele apelou e disse que eu estava lá pra tumultuar a reunião.
A definição da reunião foi que ele
geraria boletos para cada dono de terreno pagar sua parte referente a
eletrificação. Um encaminhamento tomado com um total de pessoas que não
representavam nem quarenta por cento dos moradores do loteamento.
A lei sobre divisão de solos, diz que
é obrigação do loteador dá toda infraestrutura necessária aos moradores,
inclui-se aí a energia elétrica. O Sr. Bacana sabe disso, mais esta tentando
fugir da responsabilidade e dá a obrigação aos moradores. Se o loteamento é
irregular, aí a Prefeitura também tem parte na culpa e deve ser solidária e
garantir as condições mínimas capaz de dá dignidade ao povo desse Bairro.
Só não pode é colocar nas nossas
costas uma obrigação que não é nossa-moradoes.